Deputados do PS questionam atraso do Centro Oncológico de Viseu

Outubro 1, 2012 | Região

Anunciada em Fevereiro de 2011 e com conclusão prevista até final do mesmo ano, a criação do Centro Oncológico no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, continua ainda sem quaisquer desenvolvimentos. Enquanto isso, os doentes da unidade são obrigados a deslocar-se a Coimbra para tratamentos de radioterapia e medicina familiar.

O governo anterior, através do ministério da saúde, deixou concluído todo o processo para a construção de um Centro Oncológico nos terrenos do Hospital de S. Teotónio, em Viseu. Era uma unidade inserida na estratégia de desenvolvimento da radioterapia em Portugal, que pudesse dar resposta a todos os doentes oncológicos da região envolvente, nomeadamente dos distritos de Viseu e Guarda”, lembram os deputados de Viseu do Partido Socialista (PS), num requerimento entregue na Assembleia da República.

Através daquele documento, Acácio Pinto, José Junqueiro e Elza Pais, pretendem saber se está nos objectivos do ministério da saúde construir, com urgência, o Centro Oncológico de Viseu e, em caso afirmativo, “qual o cronograma para a sua operacionalização”.

“Se qualquer dúvida subsistisse sobre a urgente necessidade de implementar esta obra, e sobre a localização da mesma, ela ficou debelada com o recente estudo «Acesso, concorrência e qualidade no sector da prestação de cuidados de saúde de radioterapia externa, de Julho de 2012, da Entidade Reguladora da Saúde”, argumentam os parlamentares socialistas.

Segundo aquele estudo, 44 por cento da população da região Centro do país, reside em localidades situadas a mais de 60 minutos de um estabelecimento prestador de cuidados de radioterapia “e isso diz bem da dimensão do problema”, sobretudo na região de Viseu e da Guarda, onde a percentagem é “muito mais elevada”, acrescentam.

“São milhares de pessoas que regularmente, em situação física e psicologicamente frágil, têm que andar num reboliço de trânsito para aceder aos tratamentos que são prescritos à maioria dos doentes oncológicos, quando lhes poderiam ser facultados em Viseu. E falamos, obviamente, de mais de 60 minutos de ida e outros tantos de volta, durante cinco dias por semana, normalmente durante cinco semanas”,concluem os mesmos deputados, “preocupados” com o facto de não conhecerem, mais de um ano volvido, a posição do governo do PSD e do CDS sobre esta matéria ”de importância crucial para as populações abrangidas, nomeadamente para os doentes do foro oncológico”.

Para o Centro Oncológico de Viseu estavam previstas, entre outras, as valências de oncologia em ambulatório, radioterapia e medicina nuclear. Actualmente, no Centro Hospitalar Tondela – Viseu, funciona apenas a quimioterapia, com cerca de uma centena de tratamentos por dia.

DEPUTADOS DO PSD «SAÚDAM» “TÍMIDO REGRESSO” DOS DEPUTADOS DO PS

Os deputados do PSD, eleitos por Viseu, «saúdam» o “tímido regresso ao país dos deputados do PS, eleitos por Viseu”, e questionam a sua actividade política neste hiato de tempo. Em comunicado enviado à comunicação social, os parlamentares social-democratas recusam “alinhar, em circunstância alguma, com a demagogia, as vaidades ou os preconceitos dos deputados do partido socialista”.

“Onde estavam os deputados do partido socialista quando prometeram criar 150 mil empregos em 2005 e deixaram o país com mais 280 mil desempregados em 2011; quando a Comissão Europeia acusou os sucessivos Governos de subfinanciamento do sector Saúde desde 2005 até 2011; e quando negavam a realidade do país e de PEC em PEC nos conduziram à bancarrota?”, argumentam e questionam os deputados do PSD.

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