O parque linear do Rio Pavia tem, a partir de agora, um novo elemento de atractividade: uma escultura pública de autoria de João Dias que, pelas suas dimensões e simbolismo, não só valoriza a arte contemporânea no quotidiano da comunidade, como promove também a reconciliação do público com o rio e as suas margens.
A inauguração do novo elemento escultórico ficou marcada pela explicação, em visita guiada, feita pelo biólogo Pedro Ribeiro, sobre a biodiversidade das galerias ripícolas, e também sobre a importância que o Pavia teve na génese de uma cidade com 2.500 anos de história. “Foi determinante para a fixação dos povos”, sublinhou.
Radicado em Viseu há cerca de uma década, onde tem desenvolvido a sua actividade criativa, o artista João Dias tem percorrido vários pontos do globo, em cidades como Berlim, Londres, Nova Iorque ou São Francisco. É ele o autor da escultura, que emerge agora nas margens do Pavia, junto à zona da Balsa. Trata-se de um bloco maciço de betão, “feito de uma só vez”, com 22 toneladas e 4,70 metros de altura. “É mais um pedaço de pintura real na paisagem do Pavia”, explica.
Para Jorge Sobrado, vereador da Cultura na Câmara de Viseu, estamos perante “mais um elemento que pode abrir caminho a outras leituras sobre a cidade. É uma nova janela de interpretação do seu património que se abre”, reconhece.
Almeida Henriques, presidente da Autarquia, não tem dúvidas que a escultura está num local que faz parte de uma zona agradável da cidade de Viseu, “mas que necessita de ser mais fruída pelas pessoas”.
Neste contexto, deu conta de alguns projectos que a Câmara Municipal tem em carteira para a valorização das margens do Pavia e áreas envolventes. Nomeadamente a reabilitação do antigo edifício da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, onde “poderão ser construídos blocos habitacionais” e a construção de um parque canino, que “será uma inovação a nível nacional”.