Um grupo de empresários de Viseu, ligados aos mais diversificados sectores de actividade, vai ajudar, de forma voluntária e espontânea, a recuperar as empresas da região afectadas pelos incêndios de Outubro. Constituído no âmbito da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), o denominado «Grupo de Missão para a Recuperação Empresarial – Recuperar 2017» vai intervir, em articulação com organismos públicos de várias áreas, nos concelhos de Carregal do Sal, Gouveia, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Seia, Tábua, Tondela, Viseu e Vouzela.
Já no terreno com uma equipa de competências jurídicas, financeiras, contabilísticas, de engenharia, seguros, marketing e comunicação, o Grupo de Missão disponibiliza ajuda e informação em diversas áreas, nomeadamente ao nível de licenciamentos, seguros, financiamento para apoio de tesouraria junto de instituições financeiras, renegociação de dívidas e obrigações contratuais, obtenção de apoios junto da Segurança Social e IEFP para os trabalhadores em risco de perder os postos de trabalho e, ainda, em processos relativas a fundos comunitários que estavam em andamento ou em fase de candidatura.
Para além de contactos de proximidade com as diversas organizações, o grupo tem também acessível o e-mail: recuperar2017@airv,pt e o telefone directo (232 470 115, disponível entre as 9 e as 20 horas. Em marcha está também o movimento de comunicação nas redes sociais, visando a recolha de outros apoios para os empresários, com eventual recurso a crowdfunding. “Um movimento aberto, que poderá receber mais voluntários e mais competências”, esclareceu o empresário Filipe Santos.
“Estamos em condições para, em termos operacionais, apoiar directamente as empresas e darem passos mais sustentados com vista à reactivação dos seus negócios e, sobretudo, resolver os problemas de curto prazo. Nomeadamente na agilização de processos que contribuam, de forma decisiva para a recuperação da região e, em particular, das micro e pequenas empresas”, garantiu em conferência de imprensa o presidente da AIRV, Carlos Marta.
O presidente da AIRV sublinha que esta é a única iniciativa do género conhecida no país. “E, por surgir neste contexto dramático, tem de ser especialmente acarinhada, pelo que serão disponibilizados todos os meios físicos e humanos para que resulte num reforço do nosso tecido empresarial e na afirmação do interior do país. Pelas suas gentes e empresários empreendedores, resilientes e dinâmicos”.
“Esta é também, e sobretudo, uma luta para que o interior continue a ter dinâmica, nomeadamente empresarial, e renasça das cinzas” acrescenta a empresária Patrícia Araújo, para quem este tipo de apoio às empresas afectadas vem preencher uma lacuna que persistia, a este nível, em relação às empresas afectadas.