O Ministério do Ambiente está a estudar o reforço da capacidade de armazenamento de água da Barragem de Fagilde. A solução poderá passar pela elaboração de um projecto que aumente a capacidade de encaixe através da subida da parede da barragem, permitindo um aumento entre 20 e 25 por cento da capacidade actual
A noticia foi confirmada em Viseu pelo secretario de Estado, Carlos Martins, na presença dos presidentes das câmaras de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo, os quatro municípios que têm naquela barragem a principal fonte de abastecimento de água às respectivas populações.
Em cima da mesa da reunião, que contou também com a presença de representantes da Agência Portuguesa do Ambiente e da Administração Regional Hidrográfica do Centro, estava, em primeiro plano, a situação de seca na Barragem de Fagilde, os consequentes problemas de abastecimento, e a forma de os superar no imediato.
Neste contexto, foi avançada a possibilidade de os quatro municípios comprarem excedentes de água a sistemas de abastecimento vizinhos, designadamente a partir das barragens da ribeira do Paúl (Tondela), Agueira e Trancoso. A água será transportada por camiões cisterna para a Estação de Tratamento de Água de Falgilde. Na mesma reunião foi decidido constituir um grupo operacional que estudará esta solução, mas que poderá também equacionar uma outra, que tem a ver com a hipótese de abertura de novos furos.
A par das soluções de emergência que garantam o abastecimento de água às populações dos quatro concelhos, a reunião entre os autarcas e o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, pretendeu ir mais longe. Nomeadamente na definição de medidas que visam garantir o abastecimento a médio prazo. Está neste caso, para além do eventual reforço da capacidade de armazenamento da Barragem de Fagilde, o desassoreamento desta estrutura, e o aumento da capacidade de armazenamento da própria Estação de Tratamento de Água. Iniciativas que, segundo Carlos Martins, avançarão em 2018.
O presidente da Câmara de Viseu saudou as medidas anunciadas, mas reafirmou a sua vontade em ver avançar o projecto de construção da nova barragem no Rio Vouga, para servir oito municípios: Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, S. Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva e Vouzela.
Almeida Henriques lembra que a Câmara de Viseu já promoveu a abertura de furos que permitem um aumento da capacidade de captações como a da Maeira e da Muna e outras. “O que nos permitiu conseguir, aqui, colocar de fora, com este abastecimento marginal, nove freguesias e deixar cerca de 75 por cento da água necessária para o abastecimento de água global a Viseu”, sublinha o autarca.
“No curto prazo, a um ano, precisamos de garantir que no próximo Verão a Barragem de Fagilde tenha mais capacidade de armazenamento”, concretiza Almeida Henriques. O autarca conclui que, a seguir, e num prazo de dois a três anos, será necessário avançar, em definitivo, “com essa obra mais estruturante, que é a subida da parede da barragem”.
Para este ano e para os próximos dois, os municípios envolvidos vão investir, nas intervenções previstas, cerca de 10 milhões de euros em Fagilde.