A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões vai candidatar a fundos comunitários a requalificação e conversão em ecopista da antiga linha ferroviária do Vouga. O corredor terá 55 quilómetros entre Viseu, Vouzela e Oliveira de Frades. O investimento previsto ascende a 3,3 milhões de euros.
O projecto prevê a ligação entre esta nova ecopista e a do Dão, já a funcionar entre Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, o que fará da futura ecopista Dão Vouga o maior corredor contínuo da Península Ibérica com um total de 128 quilómetros.
O presidente da CIM Dão Lafões, José Morgado, considera este investimento “estruturante para a região”, razão pela qual “foi tomada a decisão política de avançar com este projecto e com a respectiva candidatura”, informou o dirigente. A candidatura será apresentada ao Programa “Valorizar” do Portugal 2020.
Nuno Martinho, secretário executivo da CIM, especificou: “O investimento global do projeto é de 3,3 milhões de euros: o investimento do espaço canal ao nível da infraestrutura é de 2,4 milhões de euros e o investimento em pontes, túneis e obras de arte ascende a quase um milhão de euros”.
O montante a aplicar por concelhos está assim definido: 500 mil euros nos 14 quilómetros que atravessam o concelho de Viseu, 400 mil euros nos 6,4 quilómetros que passam em S. Pedro do Sul, 400 mil euros nos cerca de 9 quilómetros de Vouzela, e mais de um milhão de euros nos cerca de 26 quilómetros que atravessam Oliveira de Frades.
A CIM Dão Lafões considera que as ecopistas do Dão e do Vouga, “dois ex-líbris do património natural do território, irão permitir criar condições de aproximação e visibilidade dos recursos naturais, contribuindo para a criação de um produto turístico integrado devidamente organizado e preparado para a colocação no mercado, possibilitando a utilização sustentável por turistas e visitantes e irá, ainda, capacitar a promoção do território nos mercados, nacionais e internacionais, promovendo a sua excelência a este nível”.
O anúncio do lançamento da candidatura da futura Ecopista do Vouga foi feito em conferência de imprensa realizada junto à antiga estação ferroviária de Bodiosa e contou com a presença dos autarcas dos municípios que irá abranger.
Neste encontro alargado, foi referido que a transformação e reabilitação do antigo troco ferroviário, a exemplo do que sucedeu já com a Ecopista do Dão, irá recuperar para o domínio público alguns espaços que estavam abandonados, mas cujo interesse turístico é elevado. A valorização do património natural servirá, segundo os organizadores, como “elemento catalisador” no âmbito do Turismo de Natureza e Touring Cultural e Paisagístico. Espera-se um grande impacto na promoção dos recursos endógenos e termalismo.
A CIM Dão Lafões, fortemente empenhada neste projecto, considera-o “um dos produtos turísticos integrados estratégicos do território” e sustenta que, em conjunto, as ecopistas do Dão e do Vouga “são um eixo transversal a todo o território, condutor de um fluxo turístico importante que poderá no futuro ser porta de entrada a partir do litoral e integrado com a ferrovia, concorrendo, assim, para o desenvolvimento do interior e para a coesão económica e social do território”.