O presidente da Câmara Municipal de Tondela, José António de Jesus, considerou que a permanência na I Liga, conseguida pelo Tondela na derradeira jornada, “teve um sabor igual” ao da subida ao primeiro escalão do futebol português. No Salão Nobre, na recepção promovida pela Autarquia ao grupo de trabalho que, pelo segundo ano consecutivo, garantiu in-extremis a continuidade do Clube entre os grandes, o autarca rendeu-se ao significado da cerimónia para concluir: “há momentos que, de tão simples, têm a grandiosidade dos grandes feitos”.
“É com esta simplicidade que queremos enaltecer, reconhecer e valorizar, o grande contributo que o Tondela dá para a afirmação deste território”, sublinhou José António de Jesus, que não deixou de relevar, e reconhecer também, a fé inabalável do presidente do Clube, Gilberto Coimbra, no desfecho que culminou com a permanência do Tondela na I Liga. “Foi o homem que mais sofreu, e aquele que mais contribuiu também para o sucesso de um projecto que é de todos. De uma região inteira”, assegurou o autarca, numa alusão ao facto do Tondela ser a única equipa, no distrito, a conseguir manter-se três anos seguidos no primeiro escalão do futebol nacional.
Na mesma cerimónia, e ainda não totalmente refeito das emoções vividas até ao último minuto do jogo que determinou a permanência do Tondela, Gilberto Coimbra esteve igual a si próprio: “não desejo a ninguém o sofrimento porque passei”, confessou o dirigente, para quem “a sorte também se conquista. E o Tondela foi a equipa que mais pontos conquistou no último terço do campeonato”, justificou o dirigente.
Questionado sobre a continuidade do treinador Pepa, Gilberto Coimbra não deixou dúvidas. “Hoje ainda estamos a festejar, mas na próxima semana vamos trabalhar e começar a estruturar a equipa para a próxima época. Que pretendemos bem mais tranquila”, vaticina o presidente, para quem a receita passará por conquistar pontos o mais rápido possível. “Em futebol não há poções mágicas. São os pontos e a sorte que ditam a concretização dos objectivos”.
Em consonância com o sentimento do presidente, está também o treinador Pepa. “Não há milagres. Há trabalho. E esta conquista (a permanência) vale mais do que muitos títulos, tendo em conta as condições em que foi atingida. Os jogadores foram todos enormes. São eles que vão ficar na história de um Clube e de um concelho de 5.000 habitantes que bem merece ser um caso de estudo no futebol português”, concluiu o técnico.