O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, não está interessado em polémicas com Guimarães que considera ser “o berco da nacionalidade”, um lugar na história “que ninguém disputa”. Sem pretender “reescrever” a História de Portugal, há no entanto um facto do qual não abdica: Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, nasceu em Viseu.
O autarca falava na apresentação da edição deste ano do prémio A. Almeida Fernandes, o historiador que na sua obra “Viseu, 1109, nasce D. Afonso Henriques” defendeu a tese do nascimento do rei em Viseu. “O que a investigação de Almeida Fernandes faz, e que depois é seguida por outros historiadores , é tornar claro que o nosso rei fundador nasceu em Viseu. Não vamos abdicar de mais este facto riquíssimo para a história já muito rica que a nossa cidade tem”, declarou o autarca viseense.
Este ano, em Viseu, o evento contou com a presença da filha do historiador, que faleceu em Tarouca em 2002. Foi justamente Flávia Fernandes que aflorou a polémica do nascimento de D. Afonso Henriques em Viseu, na sequência da investigação desencadeada por seu pai e cuja primeira edição do livro viria a ser custeada pelo Governo Civil de Viseu.
“Um dia [o meu pai], chamou-me ao escritório e disse-me assim: em Guimarães julgam que está certo o 1111 como data do nascimento e estar certo ali ter nascido Afonso Henriques, mas nem lá foi baptizado”, lembrou Flávia Fernandes. Para concluir, citando o pai Almeida Fernandes, “Afonso Henriques está em Guimarães sob uma lenda que custa um pouco a desaparecer e tudo se encaminha para Viseu”.
O prémio A. Almeida Fernandes, integrado num concurso que promove o estudo e a investigação da história medieval portuguesa, realiza-se alternadamente entre Viseu e Ponte de Lima. Consiste na atribuição de 2500 euros a autores que se distingam na investigação da História Medieval Portuguesa. Os originais a concurso devem ser apresentados até 30 de Setembro.
A seleção dos melhores trabalhos apresentados a concurso é feita até 30 de Outubro por um júri que é constituído por José Augusto Sotto-Mayor Pizaro, Maria Teresa Veloso e Hermínia Vilar, professores nas Faculdades de Letras das universidades deo Porto, Coimbra e Évora. O vencedor é revelado em Novembro.