Filmes em DVD resgatam património cinematográfico de Viseu

Dezembro 14, 2016 | Cultura

Dois filmes promocionais sobre Viseu dos anos 30, da autoria do Capitão Almeida Moreira e de Amélia Borges Rodrigues, foram resgatados pelo Município e Cine Clube de Viseu. “Testemunho visual da cidade”, como os classifica o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, oferecem, a preto e branco, uma imagem da cidade e propõem um roteiro turístico por ícones culturais que constituíam a realidade da época.

“Este DVD é um resgate do património cinematográfico de Viseu dos anos 30 do século passado. Esta edição comemorativa valoriza este património cultural imaterial de Viseu e permite partilhá-lo com a comunidade, visitantes, turistas e cinéfilos”, sublinhou o Presidente da Câmara Municipal de Viseu.

A edição do DVD “Viseu Antiqua et Nobilíssima” foi patrocinada pelo Município de Viseu e pelo Cine Clube de Viseu e concretizada em parceria com a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. Contou ainda com a participação do Conservatório Regional de Viseu. Culmina as comemorações dos 60 anos de existência do Cine Clube de Viseu. Rodrigo Francisco, dirigente da associação cinéfila, considera que os dois filmes, um de quatro e outro de 41 minutos, são um testemunho relevante de Viseu no século XX e, “mais do que dois filmes sobre Viseu, são dois filmes de Viseu”.

O restauro das películas, que conferem aos dois filmes uma espécie de “segunda pele”, como realça Rodrigo Francisco, esteve a cargo da Cinemateca Portuguesa. O sub-director deste organismo, Rui Machado, realçou a delicadeza do restauro, devido à “fragilidade do património cinematográfico”, manifestando o seu regozijo pelo resultado final alcançado e fazendo votos para que outros filmes da cidade, que venham a ser  encontrados, possam ter idêntico desfecho “a bem da preservação do património cultural”.

A apresentação pública destas obras inéditas teve lugar no domingo, no Solar do Dão, integrada no Festival Literário “Tinto no Branco” e no evento “Vinhos de Inverno”. O DVD, além do seu valor intrínseco enquanto memória do Viseu urbano e rural dos anos 30 do século passado, é também testemunho da cinematografia nacional e dos conceitos e práticas do cinema à época, como realçou o sub-director da Cinemateca.

O filme com o título “Viseu”, retrata “as maravilhas” registadas pelo capitão Almeida Moreira, fundador do Museu de Grão Vasco. Já a película Viseu-Jardim da Beira Interior”, de 1936, é assinado por Amélia Borges da Silva e reporta a vida pública em Viseu que se vivia naquela época.

A banda sonora é da autoria do Conservatório Regional de Música de Viseu, que selecionou e interpretou obras de compositores contemporâneos como António Fragoso e Freitas Branco, com exceção de um tema do maestro António Victorino de Almeida.

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