Vinte autores da arte de rua, entre convidados nacionais, internacionais e locais, participam, entre 19 e 22 de Maio, no 2.º Festival de Arte Urbana de Viseu “Street Art”. Evento-âncora da programação do “Tons de Primavera”, o festival promete contribuir para melhorar a estética de muitos edifícios degradados da cidade. E revelar aos visitantes alguns dos sabores da gastronomia regional num ambiente de animação plena.
Aos 16 artistas convidados, 14 nacionais e dois estrangeiros, juntar-se-ão mais quatro locais. A todos, será feito o desafio de recuperarem algum do património edificado da cidade com elementos de arte urbana. A motivação temática a todos proposta será Viseu “cidade jardim”, “cidade vinhateira do Dão “ e “cidade de Grão Vasco”.
Um dos desafios que estava a gerar grande expectativa, a intervenção no “prédio alto da caixa” – por alguns também classificado de “mamarracho” por alegadamente colidir com a silhueta do centro histórico -, poderá ficar para outra oportunidade. Ao que o VR apurou, não estarão, nesta altura, reunidas as condições técnicas para que uma das suas fachadas seja valorizada com uma obra de arte da autoria do artista italiano Agostino Iacursi. Artista multidisciplinar, o seu trabalho espalha-se pela Europa, Japão, Estados Unidos, Coreia, Brasil e Austrália, entre outros.
Localizado no gaveto da avenida António José de Almeida com a rua 21 de Agosto, o prédio de 16 andares, construído em meados da década de 70, chegou, no tempo do autarca Fernando Ruas, a ser apontado como obra a demolir ou a decapitar em alguns dos seus andares. O edifício, não municipal, acolhe a sede distrital da Segurança Social e os serviços da Administração Regional de Saúde.
Excluído o edifício do MAS, os participantes no “Street Art” poderão deixar algumas das suas criações espalhadas por prédios degradados do Centro Histórico de Viseu, Mercado Municipal, Centro Municipal de Transportes, entre outros imóveis da cidade.
Para Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, que pela segunda vez aposta na organização do evento, “o 2.º Festival de Street Art de Viseu cresce e dá um passo no sentido da internacionalização, atraindo já grandes nomes.
“Tons de Primavera” tem a chancela do Município de Viseu e da Viseu Marca, responsáveis pela organização. O evento, ancorado no projecto “Street Art”, “dá o pontapé de saída” na agenda enoturística anual do concelho, com um mix de programação artística, vinhateira e de animação .
O Mercado 2 de Maio será o palco de várias realizações. Desde a instalação da prova de vinhos do Dão, “Entre Aduelas”, com dezenas de produtores representados, até espectáculos musicais e a presença de restaurante residente. É que além da “Street Art” a programação do “Tons de Primavera” inclui “Street Food””e música com destaque para o concerto da banda portuguesa Best Youth. Haverá visitas guiadas pela cidade.
VISEU E NELAS UNIDOS NA PROMOÇÃO DO VINHO DO DÃO
A intervenção mais simbólica do Festival «Street Art» no domínio da identidade vinhateira, ligará Viseu a Nelas. Numa oferta “de amizade” ao concelho vizinho, e como prenda pelo 25.º aniversário da Feira do Vinho do Dão (2, 3 e 4 de setembro), será criada uma imagem comunicante entre duas velhas cubas vínicas. Separadas por 24 quilómetros – uma em Viseu na avenida Capitão Homem Ribeiro, outra em Nelas, junto à Câmara Municipal – farão um elo de ligação na região vinhateira, marcando uma identidade comum. «The Caver» será o autor desta intervenção artística.
“Esta criação testemunha um diálogo regional positivo e valoriza um percurso enoturístico que une Viseu à sua vizinhança, na paisagem vinhateira. Será um marco deste festival”, sublinha o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques.
José Borges da Silva, presidente da Câmara de Nelas, destaca, a propósito, a proximidade dos dois concelhos e a identidade comum na aposta do Vinho do Dão. “Tal como Viseu é considerada a Cidade Vinhateira do Dão, o concelho de Nelas tem a histórica e singular vila de Santar, que lhe confere a posição de principal vila vinhateira do Dão”, conclui o autarca.
Borges da Silva defende que as parcerias com Viseu, bem como com outras câmaras e com a CVR Dão, “são essenciais na divulgação da marca do Vinho do Dão, acrescentando que “a par de Viseu, os eventos do concelho de Nelas, como o Rally Vinho do Dão e a Feira do Vinho do Dão, constituem mais valias ligadas a diversos sectores, em especial ao Dão, que já não cabem no nosso território, sendo cada vez mais regionais e nacionais”.