Em 2014, ano em que as Termas de Sangemil passaram a ser geridas directamente pela Câmara Municipal de Tondela, o Balneário registou uma estabilidade em termos de optimização de recursos e do número de aquistas, em contraponto com o que aconteceu no sector a nível nacional. Uma situação que, para o presidente da autarquia, José António Jesus, permite encarar gestão do equipamento que ontem abriu para uma nova época termal, com uma “perspectiva de crescimento”. Uma constatação que, alega, será um trunfo a apresentar aos fundos comunitários do quadro comunitário de apoio Portugal 2020, tendo em vista a construção de um tão desejado novo balneário.
“Estamos a aguardar a definição dos regulamentos do 2020 para sustentarmos a nossa candidatura aos novos recursos financeiros de base comunitária”, explica o autarca, para quem, e ao contrário do anterior quadro comunitário, essa candidatura “implicará sempre o arrastamento de investimentos privados”. Uma tarefa que não será fácil, reconhece José António de Jesus, que fala no entanto em alguns sinais de esperança. “Com a abertura recente de algumas unidades hoteleiras na zona envolvente, o complexo termal passou a dispor de cerca de meia centena de camas”. Algo que o autarca considera muito promissor, no sentido de justificar a construção de um segundo balneário em Sangemil.
Com o aproximar do período eleitoral, o presidente da Câmara Municipal de Tondela afirma-se consciente que só no final do primeiro semestre deste ano, “saberemos, de forma mais conclusiva, o percurso que queremos prosseguir”. Na certeza, acrescenta, de que este Município, “se irá empenhar fortemente no projecto, enquanto investimento estruturante e factor de desenvolvimento económico, não só para este concelho como para toda a região”.
Independentemente do rumo a tomar, o autarca de Tondela ressalva que o novo balneário será sempre adaptado à realidade local, num distrito onde a concorrência é significativa. “Devemos focalizar-nos, por isso, nos tratamentos em que as Termas de Sangemil se distinguem. Nomeadamente na área da manutenção física, reabilitação motora, tratamentos complementares, acompanhamento clínico e SPA termal”.
Outro argumento de peso em favor da construção do novo balneário é, para José António de Jesus, a possibilidade do aproveitamento energético das águas de Sangemil, nomeadamente para o abastecimento de unidades hoteleiras e habitações, localizados na área envolvente ao complexo. Um projecto que poderá implicar o aprofundamento das captações, o que fará aumentar a temperatura das águas para 50 a 60 graus centígrados , contra os actuais 45 a 46 graus.
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
As Caldas de Sangemil têm como primeira indicação terapêutica as patologias do foro reumatológico e algumas patologias músculo-esqueléticas como osteoartrites e espondiloses. As águas qualificadas de Sangemil podem resultar na perfeição na reabilitação de artropatias resultantes de acidentes de viação, de trabalho ou outros, e, ainda, na fase de cuidados pré e pós operatórios. Como segunda indicação, estas águas destinam-se ao tratamento de patologias das vias respiratórias superiores (ORL), como sinusites, faringites, amigdalites e rinites, entre outras.