Ao assumir novamente a gestão das Termas de Sangemil, a Câmara Municipal de Tondela aposta agora na “optimização de meios e recursos”, sem colocar em causa a qualidade dos serviços prestados, para garantir, como primeira prioridade, a “sustentabilidade” da estância. Uma estratégia que segundo o presidente da Autarquia, José António Jesus, visa, no imediato “inverter a tendência de diminuição do número de aquistas” registada ao longo dos últimos quatro anos, ditada não só pela crise que tem vindo a afectar o sector, mas também pelo corte de comparticipações de tratamentos aos beneficiários da ADSE.
“É um desafio interessante”, garantiu aos jornalistas o vereador do pelouro, Pedro Adão, no dia em que as Termas de Sangemil, agora sob a alçada da Câmara de Tondela, voltaram a abrir as portas para mais uma época termal que se prolonga até 30 de Novembro, após a cessação de um contrato de concessão, com alguns aditamentos, que envolveu inicialmente alguns operadores privados e, mais recentemente, a empresa municipal Tondelviva.
Segundo José António de Jesus, a “sustentabilidade” da estância termal de Sangemil, será o ponto de partida para inverter o ciclo deficitário e retomar o crescimento da estrutura. “Esperamos, até ao final da época balnear, assegurar, pelo menos, os números do ano passado, que rondou os 800 aquistas”, conclui o autarca, que anunciou ainda algumas medidas para aumentar a rentabilidade do balneário e baixar os custos de funcionamento. Uma delas passará pelo ajustamento de horários e polivalência de funcionários aos fluxos de aquistas, numa perspectiva de “optimização de procedimentos”.
O presidente da Câmara de Tondela sublinha que a opção estratégica agora assumida no reequilíbrio da gestão do balneário termal de Sangemil, para além preparar o terreno para a construção do novo balneário anunciado há dois anos, tem também como objectivo captar novos parceiros para actividades complementares, que se traduzam numa política de proximidade com a comunidade envolvente, fidelização e captação de novos utentes e, consequentemente, de incremento da economia local.
Com o projecto de construção do novo balneário “quase concluído” e em fase de candidatura a fundos do próximo quadro comunitário, José António de Jesus está confiante num desfecho favorável de um processo que culminará com criação da chamada «aldeia termal de Sangemil». “Como se trata de um investimento de 3,5 a 4 milhões de euros, o Município não pode ter a ilusão de o poder concretizar sem fundos comunitários”, justificou. Por outro lado, reforça o autarca, “a aposta no turismo e termalismo é também um dos pilares estratégicos do plano de acção assumido pela Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões”.
As Termas de Sangemil, têm como primeira recomendação terapêutica as patologias do foro reumatológico e algumas do foro musculo-esquelético, bem como para atropatias resultantes de acidentes de viação e trabalho, entre outros, na fase pré e pós-operatória. Como segunda indicação surge o tratamento de patologias das vias respiratórias.