Incêndios no Caramulo com danos de 80 por cento em Tondela

Março 24, 2014 | Economia

Num primeiro levantamento aos impactos provocados pelos incêndios que devastaram a Serra do Caramulo no Verão passado, o INE – Instituto Nacional de Estatística, apurou que o concelho de Tondela foi o mais penalizado, com danos económicos superiores a 80 por cento nos sectores da floresta, agricultura, infra-estruturas, e edificado. Os números foram apresentados no Seminário «Caramulo, pensar o presente, planear o futuro», promovido pela Câmara Municipal, que decorreu no Hotel do Caramulo.

Segundo Carlos Carvalho, do INE, o concelho de Tondela registou 84 por cento de área ardida de pinheiro bravo, 62 por cento de eucalipto, e 72 por cento do total dos povoamentos florestais. Na distribuição dos danos económicos na agricultura, 91 por cento foram também alocados a Tondela”, que registou ainda a maior parte dos danos em infra-estruturas colectivas

Os incêndios do Caramulo devastaram uma área de 9.400 hectares. O concelho de Tondela foi o mais atingido, tendo ardido 6123 hectares, seguindo-se Vouzela com 1394, Águeda com 1269 e Oliveira de Frades com 603.”É uma área brutal, considerando a escala do país e também dos incêndios que ocorreram nas últimas décadas”, reconheceu Rui Pedro Sobral, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

“É perante as fatalidades que devemos reforçar energias para contornar dificuldades e transpor obstáculos”, exortou José António de Jesus, presidente da Câmara Municipal de Tondela, que classificou o Seminário «Caramulo, pensar o presente, planear o futuro», como “mais um contributo para uma reflorestação ordenada da Serra do Caramulo, obedecendo a uma estratégia de valorização sustentada e com visão de futuro”.

Fiscalização, cooperação e pedagogia, são, segundo o autarca de Tondela, “os factores essenciais à mudança que pretendemos para a Serra do Caramulo”, cuja primeira grande acção arranca já a 22 deste mês, com a plantação de seis mil árvores na área deste concelho.

O secretário Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Gomes da Silva, que presidiu ao encerramento do Seminário, defendeu que a floresta nacional “tem uma estratégia e segue um planeamento, não estando lançada ao abandono como por vezes se quer fazer crer”.

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