A Santa Casa da Misericórdia de Viseu está “disponível” para prestar apoio a doentes com Alzheimer e outras demências, de forma a colmatar “uma lacuna particularmente sentida na região”. A notícia foi confirmada pelo Provedor da instituição, Adelino Costa, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais eleitos a 23 de Novembro. A valência só avançará, contudo, se houver a imprescindível receptividade da parte do Governo. O responsável reiterou o empenhamento da Instituição em alargar o âmbito da acção da Santa Casa às novas respostas sociais, nas quais se incluem aquele tipo de doenças.
“Vamos criar condições que nos permitam viabilizar uma intervenção directa na área da assistência a pessoas com Alzheimer e outras demências, através de protocolos de financiamento a estabelecer com o Estado”, garante Adelino Costa, que avança já com a possibilidade de afectação de 5 a 10 camas a estes doentes, nas instalações do Lar que a Santa Casa da Misericórdia de Viseu projecta construir nas antigas instalações da Maternidade.
A importância que os novos órgãos sociais da Misericórdia de Viseu atribuem à criação da nova valência, e o empenhamento que a nova Mesa Administrativa promete emprestar a este projecto, tem a ver com o aumento daquelas patologias, e a necessidade de a região de Viseu encontrar forma de impedir que os pacientes aqui radicados sejam obrigados a procurar respostas noutros pontos do país.
Outro projecto que está a merecer a melhor atenção dos dirigentes da Misericórdia de Viseu, é a construção, de raíz, ao longo do próximo triénio, de um edifício para acolher o Centro de Atendimento Temporário (CAT), actualmente a funcionar, com 22 crianças até aos 12 anos, em instalações que já não respondem condignamente às necessidades. Também neste caso, a obra só avançará depois de obtida a garantia de financiamentos estatais e do próximo QREN. “Estamos em condições de disponibilizar o terreno e, sobretudo, o nosso empenhamento e dedicação a este projecto. O resto competirá ao Governo”, acrescenta Adelino Costa.
A reorganização dos recursos humanos, a modernização e informatização dos serviços, continuar a apostar no voluntariado, e “dar mais atenção” aos beneméritos da Instituição, são outros desafios que se colocam à Santa Casa da Misericórdia de Viseu. A que acresce a “imperiosa necessidade”, de proceder a obras de requalificação no complexo desportivo Príncipe Perfeito, sobretudo no Pavilhão, uma intervenção que, segundo Adelino Costa, não andará muito longe dos 100 mil euros.
“A Santa Casa da Misericórdia não é uma Instituição como as outras. Pelas suas características, requer uma dedicação acrescida às causas que abraçou, já lá vão quase 500 anos”, conclui Adelino Costa que, para isso, conta com a colaboração empenhada de uma equipa de dirigentes e colaboradores que lhe merece “total confiança”. “Conscientes, embora, das dificuldades ditadas pela actual conjuntura económica e social do país, os trabalhadores da Misericórdia deixam-nos confiantes quanto ao futuro desta Instituição”, acredita o responsável.
António Figueiredo Lopes, que regressa à presidência da Mesa da Assembleia Geral, destacou a importância deste momento na vida da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, “num tempo em que, mais do que nunca, é preciso arregaçar as mangas na dedicação às causas públicas”, realçou o também antigo governante. Que reconhece em Adelino Costa, “pela sua experiência de gestão e provas dadas de dedicação às causas sociais”, as competências e qualidades que lhe permitirão levar a bom porto a missão que abraçou.
CELEBRAR 500 ANOS COM TODA A DIGNIDADE
A Santa Casa da Misericórdia de Viseu vai assinalar, em 2016, 500 anos de existência. É uma das cinco mais antigas do país. Por isso, é propósito da Mesa Administrativa agora empossada, celebrar a efeméride “com toda a dignidade”. Adelino Costa sublinha que as diversas iniciativas que irão marcar o evento, começarão a ser preparadas com a antecedência necessária para que correspondam à importância da data. O responsável adiantou que é intenção da Instituição convidar grandes figuras nacionais, de todos os quadrantes, de modo a que se envolvam de uma forma muito especial e directa no programa que assinalará os cinco séculos de história da Misericórdia de Viseu.