Manuela Antunes, candidata do BE à Câmara de Viseu

Setembro 7, 2013 | Política

A decisão de se candidatar à presidência da CMV foi influenciada, de alguma maneira, pela impossibilidade de Fernando Ruas se recandidatar ao cargo?

Claro que não. Estou no BE desde a sua constituição (15 anos), sempre fiz parte de listas autárquicas e legislativas e esta candidatura surge quer pelo meu percurso politico, quer pela participação ativa e interventiva que mantenho na “minha cidade” desde quase sempre. O desafio desta candidatura é o mesmo, com ou sem Fernando Ruas. Apresentar ideias e propostas concretas que visem o desenvolvimento do concelho com o contributo de todos e todas.

 Qual a sua prioridade para o concelho, caso venha a ser eleito presidente da Câmara Municipal de Viseu?

Para o BE não existe uma, mas várias prioridades, dado o atraso no desenvolvimento do nosso concelho. Destaco algumas propostas e ideias bem concretas:

. Requalificar/repovoar o CENTRO HISTÓRICO (reabilitação tem 2 décadas de atraso) e dinamizá-lo todo o ano e não apenas pontualmente.

. Suspender a demolição do Bairro Municipal, classificá-lo como Património de Interesse Municipal (recomendado pela DGPC) e requalificá-lo.

. Criar um Centro de Interpretação da Cava de Viriato (monumento único da Europa).

. Reflorestação do Parque Municipal do Fontelo e criação de Jardim

Botânico com estudo da flora e fauna local.

. Requalificar o Parque de Campismo do Fontelo e abri-lo aos turistas.

. Proporcionar um “ninho artístico” onde artistas jovens e menos jovens, amadores e profissionais possam desenvolver as suas criações e aumentar a formação, a que poderemos chamar CASA DAS ARTES.

. Criar uma rede conjunta, eficiente de transportes públicos (STUV e concessionárias) e criar um PASSE COMUM entre empresas.

· Abrir concurso para mais Bombeiros Municipais (atualmente são 39 e 6 estão à espera da aposentação) e reforçar os turnos para 10 elementos em vez dos 5 ou 6 atuais.

· Criar uma Comissão Municipal de Proteção Civil que coordene a prevenção dos fogos florestais no concelho.

Nas POLÍTICAS SOCIAIS E DE SAÚDE

. Criaremos um gabinete de “porta aberta” ao cidadão (ã) que com rigor e confidencialidade preste ajuda imediata, mas sempre promovendo a mudança e autonomia da pessoa

· É urgente a criação de um serviço de internamento de Cuidados Continuados Integrados na Rede Nacional (o maior concelho do Distrito e não tem nenhum)

 

 Se perder as eleições, aceita integrar o executivo como vereador?

Teria muito orgulho em representar o BE como vereadora da Câmara Municipal de Viseu. Espero que os viseenses apostem na mudança e queiram fazer parte da história da nossa cidade. A nossa meta é reforçar os eleitos do BE, quer elegendo vereadores quer aumentando os deputados municipais.

Na CM Viseu fazem falta vereadoras das oposições que não se limitem às abstenções “violentas” do PS. Também na AM fazem falta mais deputados que não se fiquem pelos silêncios cúmplices do CDS e apresentem propostas para resolver os problemas da população, como temos feito.

Que apreciação faz ao legado de 24 anos dos executivos liderados por Fernando Ruas.

Apesar das contas em dia, Fernando Ruas deu prioridade ao “betão”. A cidade parece estar bonita, aliás sempre o foi, mas quando aprofundamos verificamos que está velha e apenas tem “a cara lavada” em algumas zonas. São 24 anos de prioridade à construção, em detrimento da reabilitação/requalificação. O Programa Polis foi uma oportunidade única desperdiçada em obras megalómanas e inúteis, como o túnel de Viriato e o funicular, cuja calha para o cabo de aço é uma autêntica armadilha que já mandou dezenas de pessoas para o Hospital. Ficou bem o parque linear do Pavia, mas o principal ficou por fazer, como o Centro de Interpretação da Cava, para colocar nas rotas turísticas um monumento único na Europa, e o Parque Urbano da Aguieira (que mal saiu do papel). Sem comboio, sem universidade pública, sem ligação rodoviária segura até Coimbra, sem incentivos à fixação de pessoas…. restam as estradas com 4 faixas para sair da cidade mais depressa. Fernando Ruas não é só uma pessoa, é a imagem de marca de um partido que ocupa a sociedade viseense de forma quase totalitária.

Qual a estratégia global da sua candidatura para desenvolver o concelho de Viseu nos próximos quatro anos?

Só se constrói uma cidade aberta cosmopolita e com desenvolvimento sustentado com o contributo dos seus cidadãos. O BE quer renovar a cidade com a participação de todos os viseenses. O que falta em Viseu é sobretudo DEMOCRACIA, TRANSPARÊNCIA E PARTICIPAÇÃO. Por isso, fomos o primeiro partido a propor na AM um Orçamento Participativo: Os munícipes propõem e votam projetos para os quais fica reservada uma fatia do orçamento municipal.

Também propusemos a redução do número de assinaturas necessárias para que os munícipes proponham a inclusão de temas a debater na Assembleia Municipal, de 3.450 para 300.

Para criar EMPREGO há que facilitar a instalação de indústrias não poluentes e fomentar a criação de empresas ligadas ao turismo e à cultura.

Toda a prioridade à reabilitação urbana que requalifica o espaço público e dá trabalho às micro, pequenas e médias empresas da indústria e comércio.

.Promover a criação de um Banco de Terras que permita a quem não for proprietário poder cultivar terrenos agrícolas ao abandono.

. Exigir o fim das portagens na A25 e A24 que representam custos adicionais para as empresas do concelho e da região e para quem necessita de se deslocar para trabalhar.

.Defendemos a transformação estratégica do IPV em UNIVERSIDADE POLITÉCNICA.

.Defendemos como estratégia de desenvolvimento da região e do país, a ligação ferroviária do porto de Aveiro a Vilar Formoso e Europa, a passar por Viseu. Entretanto criaremos uma ligação rápida e direta, por mini-autocarro, da Central de Camionagem à Estação da CP de Mangualde, nos horários do COMBÓIO Intercidades.

 

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