Por norma, as pequenas, médias e grandes cidades portuguesas, primam por ter um pólo de atração turística, que é o seu mercado municipal, conhecido pela “Praça”.
Viseu, infelizmente e apesar de ser considerada a melhor cidade para se viver, não se pode gabar de ter uma praça digna desse nome, que atraía quem quer que seja, viseenses ou pessoas de fora.
Quando o ex-Presidente da Câmara Municipal, Engº Engrácia Carrilho,decidiu fechar o velhinho mas cativante mercado 8 de maio e substituí-lo pelo actual mamarracho, não esteve feliz.
Entalada e escondida entre blocos de habitação, péssimos acessos, e com uma arquitectura que não serve os interesses dos comerciantes e muito menos os clientes, a “praça” de Viseu envergonha-nos a todos.
Não foram as grandes superfícies que “mataram” o nosso mercado, mas sim o próprio mercado em si, que foi definhando e perdendo toda a vida, o bulício, a agitação e utilidade que o deviam caracterizar.
Os clientes e visitantes em geral, deixaram de se identificar com a sua praça, por esta não lhe oferecer o mínimo de condições necessárias e de bem estar. Cheiros, correntes de ar, rampas, escadas ingremes, tudo o que não deve ter um mercado municipal.
Depois, e isto já da responsabilidade do actual executivo camarário, o ar tóxico que se respira naquele local, é outra razão de queixa.
Como foi possível construir um parque de estacionamento praticamente debaixo e envolvendo todo do mercado.
Os escapes dos automóveis lançam dióxido de carbono, que vai direitinho conspurcar e contaminar todos os produtos alimentares que ali se comercializam, e isto, perante a passividade, cumplicidade e culpa, dos responsáveis municipais. Seria um autêntico escândalo se se conhecessem os níveis de CO2 ali existentes.
O nosso mercado foi-se degradando e desertificou-se até dizer basta. Praticamente já lá ninguém vai, porque também já rareiam as bancas e as lojas. (foto2)
A Câmara Municipal de Viseu, parece que agora, e só agora, perante aquele aspeto tão triste e degradante, decidiu fazer algumas obras de recuperação, e reestruturar toda a disposição do mercado. Finalmente!
Mas como diz o nosso povo “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita” e por isso estou em crer, que não vai valer muito a pena gastar lá mais dinheiro, mas de qualquer maneira, temos que aplaudir a iniciativa, ou pelo menos, dar o benefício da dúvida. Vamos esperar para ver, pois até pode ser que resulte.
José Reis